quinta-feira, outubro 23, 2003

Deambulei pelas ruas da Politica e da Justiça, e perdi-me na sua intersecção, porque a intersecção não acabava, por fim que Politica e Justiça são uma mesma rua, cada uma num passeio, partilhando a estrada, o caminho, por vezes erróneo que dirige os destinos do nosso país, talvez, demasiado velho.
Cheguei-me à parede e fiz um graffiti, aí se o Portas lê isto, escrevi Rua da Politica e da Justiça, para não haver confusões, porque apesar de serem azeite e vinagre na teoria, na prática misturam-se tão bem como os adeptos da Lázio e do FCP, e continuei, na longa e estranha estrada, vi uma pia com forma de casa, ou uma casa com forma de pia, devia de estar abandonada, porque as janelas estavam tapadas com tijolos, mas, curiosamente as janelas tinham pequenos buracos, para quem quisesse ouvir...
Continuei e vi uma pessoa com uns ouvidos muito pequenos e uma boca muito grande, presumo que fosse um politico, não parava de falar, "Estou-me cagando para o segredo de Justiça..." atrás dele um microfone com pernas, escondido entre as folhas que saíam dos edificios degradados, anseando por palavras de ordem, motivos de trama, dinheiro fácil, uma maneira dúbia de fazer Justiça, um atentado à Liberdade, cuja avenida ficava mais à frente.
Entretanto vi o Júdice, deitado no passeio, com a cara suja, uma garrafa ao lado, cheia de ilusões de poder, de dinheiro, de charme social, bem fechada para não evaporar, e tive pena, dei esmola, ele olhou e gritou "SUBORNO, socorro, obstrução à justiça... Eu não favoreci ninguém... Pedroso? Quem é?.... alucinou, a cabeça caiu no chão e calou-se.
Prossegui a minha caminhada para fugir ao antro onde tinha entrado, vi mais pessoas com cara de magistrados representado papel de isenção face às câmaras de televisão, atrás da câmara um outro homem vestido de político, muito sujo abanando asquerosas notas, queimando num balde a vida dos demais, vendendo a alma ao diabo, destruindo o que custou aos outros construir, cheguei ao fim da rua, olhei para trás e vi penumbra, escuridão, escória da condição humana, um retrato do futuro, um pesadelo. Acordei...

terça-feira, outubro 21, 2003

Bem, não é Natal, e o Pai Natal não existe, bem... O PS a continuar neste caminho também não.
Mas como estou quase a fazer anos la vai a minha pequena lista de prendas:

- Será demais pedir um carro outra vez??? Mesmo que seja assim velhinho…?
- O PSD fora do Governo;
- Uma alternativa viável…
- A Manuela Moura Guedes fora do telejornal da TVI
- de preferência humilhada publicamente por escutas da Judiciária...
- Digam ao Bernardino que a Coreia do Norte AINDA é uma ditadura... e infelizmente continuará a ser nos próximos anos... e continuará a dar uma imagem sanguinária aos regimes comunistas...
- Tirem os Estados Unidos do Iraque...
- Espetem um balázio no Bush e parem o sofrimento que ele provoca...
- Digam ao Ferro para largar o doping... já se viram os resultados.
- Digam ao médico do Sporting que a vitamina B já se vende em comprimidos e é mais barata que as injecções.
- Força de vontade para aguentar este Portugal onde vivemos...
- Façam o Portas comprar bicicletas em vez de submarinos, aplique metade do dinheiro na Bolsa e dê a outra metade às faculdades e teremos ensino gratuito durante algum tempo, e ao fim de um tempo uma razão para o tirar do poder por abuso dos dinheiros públicos;
- Felicidade para aqueles que sofrem sem poderem lutar, amor para aqueles que não conseguem amar;
- Descanso para o Papa, a sério, apesar de não fazer nada a não ser estar sentado à espera da morte já é altura de pôr lá outro cardeal a aquecer a cadeira.
- Mais uns votos para a esquerda nas Europeias e que seja um bom prenúncio para as próximas eleições.

Abraços.
"Nestes ultimos tempos é certo a esquerda fez erros
Caiu em desmandos confusões praticou injustiças

Mas que diremos da longa tenebrosa e perita
Degradação das coisas que a direita pratica?

Que diremos do lixo do seu luxo - de seu
Viscoso gozo da nata da vida - que diremos
De sua feroz ganância e fria possessão?

Que diremos de sua sábia e tácita justiça
Que diremos de seus conluios e negócios
E do utilitário uso dos seus ócios?

Que diremos de suas máscaras alibis e pretextos
De suas fintas labirintos e contextos?

Nestes últimos tempos é certo que a esquerda muita vez
Desfigurou as linhas do seu rosto

Mas que diremos da meticulosa eficaz expedita
Degradação da vida que a direita pratica?
"

Sophia de Mello Breyner Andresen

domingo, outubro 19, 2003

Que presidente é este que nós temos que nos envergonha e menospreza face aos povos estrangeiros. Minimiza as nossas capacidades de mobilização, a nossa capacidade de luta. "O governo há-de sobreviver... espero eu..." era bom que não nos encostassemos tanto no sofá e mostrassemos a esses "senhores" que temos a capacidade de mobilização que eles mostraram em '69, porque infelizmente tenho de me vergar a estas afirmações, com pesar, porque os estudantes continuarão a ser espezinhados enquanto não mostrarem força de luta. se quisessemos conseguiamos parar um país inteiro, e, ou baixavam as propinas ou o pais ia à falência. É desolador quando se programa uma manifestação que deveria ser para o bem de todos e uma minoria, que são os "comunas f***** da p***" segundo grande parte da população estudantil, que se mostram e lutam e não deixam que se esqueçam de nós. Não que apoie os ideais, porque sou livre de, ou não, os seguir, mas porque são eles os únicos a ter coragem suficiente de se levantar e dizer "BASTA". Porque o que os senhores dos tachos necessitam; não só dos estudantes mas de todo o Portugal, com P maiúsculo por uma questão de patriotismo; necessitam de um grandessissimo "BASTA". Chega de menosprezar a população, chega de roubar os pobres, chega de nos atirarem com a "Casa Pia" para os olhos à hora de jantar enquanto maquinam maneira subrepticias de roubar o "Zé Povinho".
Está na hora de levantar, pegar novamente nos "ideais", e revolucionar, este país necessita de uma revolução, não um 25 de Abril, mas uma mudança de mentalidades, o criar de uma responsabilidade cívica, deixar de pensar que "os outros são os outros e que os outros se lixem", os outros somos nós próprios, somos nós próprios os "lixados", os rejeitados por uma politica que beneficia a maior carteira, o maior tacho. Acabemos com estes ideais de ditadura económica. DEIXEM-NOS VIVER, é impossivel viver para sempre assim, está na hora, esta é a HORA.